terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Creepypasta: O porão






  Anos atrás, minha família foi passar as férias em Cape Cod e nós alugamos uma velha casinha para ficar por duas semanas. No primeiro andar, havia uma cozinha, uma sala de estar e um banheiro. Os quartos ficavam no andar de cima. Havia um porão, com uma maquina de lavar e uma secadora, um sofá e uma televisão.

  Na primeira noite, nós todos acordamos com um terrível grito vindo do quarto da minha irmã. Quando meu pai entrou no quarto, ele a viu sentada na cama, chorando e gritando. Meus pais sentaram ao lado dela e a confortaram até ela se acalmar o bastante para contar o que a tinha assustado.

  Ela disse que havia acordado no meio da noite por causa de um cheiro horrível. Quando ela abriu os olhos, Viu o quarto inteiro sujo de sangue do teto ao chão. Havia sangue no chão todo, Marcas de mãos sangrentas e manchas de sangue por todo o teto.

  Nós todos pensamos que ela apenas havia tido um pesadelo, mas ela se recusava a voltar para o quarto e dormiu com nossos pais pelo resto do feriado.

  Uma noite, minha mãe estava cozinhando o jantar no andar acima e meu pai havia ido dar uma volta na cidade próxima. Minha irmã e eu estávamos no porão, assistindo TV, quando de repente, a lâmpada estourou e a TV desligou, nos deixando na completa escuridão. O porão estava inacabado e tinha velhas paredes de pedra, o que o tornava um pouco assustador. Por alguns segundos, nós congelamos, sem saber o que fazer. Então nós começamos a sentir um cheiro horrível.

  Era um cheiro terrível e quando chegou a nossos narizes, ficamos nauseados. O cheiro rapidamente piorou e nós ouvimos um som de arranhar no escuro. Parecia que alguma coisa estava arranhando o chão e as paredes. Nós gritamos e começamos a tatear, tentando achar a porta. Eventualmente, os conseguimos abrir a porta e subimos correndo as escadas, gritando por nossa mãe.

  Nós contamos a ela sobre o cheiro horrível e o barulho de alguém arranhando lá embaixo. Minha mãe eventualmente concordou em descer ao porão, substituir a lâmpada e checar a fonte do cheiro. Ela pegou uma lanterna e outra lâmpada e desapareceu no porão escuro, enquanto esperávamos por ela na escada.  Nós esperávamos que ela voltasse rápido, mas ela parecia estar lá por uma eternidade.

  De repente, nós a vimos emergir do escuro e vir correndo pelas escadas. Ela bateu a porta do porão atrás dela e a parafusou-a o mais rápido que pude. Ela se virou para nós e vimos que seu rosto estava totalmente sem cor. Seus olhos estavam arregalados de medo e ela apenas disse: “Eu não quero que vocês desçam lá embaixo de novo”. Então ela foi para a cozinha e chamou a polícia. Nós escutamos a conversa dela no telefone e conseguimos entender que ela havia visto alguém lá embaixo, no porão. Enquanto esperávamos a polícia chegar, nós nos amontoamos na sala de estar, olhando para a porta do porão. A qualquer momento, nós esperávamos alguém bater na porta do porão ou tentar derrubá-la. Minha mãe se recusava a nos contar o que tinha visto.

  Quando a polícia chegou, minha mãe os recebeu na porta da frente e os mandou entrar. Minha mãe desparafusou a porta e eles desceram com suas lanternas e com suas armas sacadas. Eles procuraram pelo porão inteiro, mas não acharam nada. Não havia nenhuma outra saída do porão. Sem portas, sem janelas. O que quer que tivesse entrado ali tinha que ter saído pela porta do porão.

  Depois da polícia ir embora, minha mãe nos contou o que havia visto lá embaixo. Enquanto falava, ela ficou muito parada e quieta. Ela disse que estava trocando a lâmpada, quando começou a sentir o cheiro horrível que havíamos descrito. Então ela começou a ouvir um barulho de arranhado. Ela passou a lanterna pelo quarto e então conseguiu ver alguma coisa abaixada entre a máquina de lavar e a secadora.

  Era um homem. Abaixado sobre os quatro membros. Suas roupas estavam esfarrapadas e seu cabelo era selvagem e emaranhado, e seu rosto não parecia humano. Estava retorcido numa expressão de puro ódio. Nesse meio secundo, ele olhou para minha mãe. Seus olhos refletindo a luz da lanterna. Então ele rastejou e desapareceu por uma parede. Quando minha mãe o viu simplesmente desaparecer em pleno ar, ela deixou cair a lanterna e correu.

  Depois disso, nenhum de nós desceu até o porão. Nós mantivemos a porta trancada e parafusada. Toda noite, nós dormíamos com nossos pais e trancávamos aquela porta também. Nós encurtamos nosso feriado em alguns dias e voltamos para casa.

Creepypasta retirada e traduzida do site Creepypasta Wiki .



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Creepypasta: Persuadido


 
Já faz duas semanas que tudo isso começou.
  Tudo começou com um acidente com um petroleiro. Estava em todos os noticiários. As pessoas pensaram que era somente outro derramamento de óleo. Houve muitos voluntários. Muitas pessoas querendo ajudar os pobres animais indefesos. Muitas vítimas. Algumas horas depois do acidente, começou a acontecer. Os animais enlouqueceram, eles estavam arranhando e mordendo os voluntários. Foi dito que aquilo era um efeito colateral do quer que estivesse naquele petroleiro.
Equipes de resgate ainda estavam tentando tirar a tripulação do navio. Eles podiam ouvir gritos vindos de dentro. Gritos para que abrissem as portas. Mas foi aí que tudo foi pro inferno, assim que eles abriram as portas.
  Houve seis minutos de transmissão antes de tudo silenciar. Seis minutos de gritos e agonia. A tripulação atacou as equipes de resgate como babuínos raivosos. Quebrando ossos e rasgando carne. As pessoas na costa não estavam tendo melhor sorte. Os que haviam sido atacados pelos animais estavam atacando as outras pessoas. Era pior que qualquer relato de zona de guerra. Era pura brutalidade, e ainda assim a transmissão se manteve por 6 minutos. Seis minutos e então faces em branco. Ninguém conseguia explicar o que estava acontecendo. Eles tentaram continuar com notícias normais: A economia, o tempo, uma história bonitinha de interesses humanos, mas não tinha como esquecermos o que vimos.
  Eu tentei continuar minha vida normalmente, mas cada vez que eu assistia os noticiários ou ia a uma banca de jornal, aquilo estava ali. Esse grande mistério. Eles tinham algumas explicações. Algum tipo de infecção, Parasitas cerebrais, mas não importava. Não era da infecção que tínhamos medo. Era “deles”.
  4 dias após o relato inicial, um estado de emergência foi acionado. E ainda assim já tínhamos visto isso antes. Em todos os filmes de zumbis. As pessoas não sabiam em quem confiar. Pessoas estavam estocando comida e armas. Alguns tentaram fugir, mas parece que todos os filmes de zumbis estavam certos. Eles não conseguiram. 3 dias depois eles chegaram à minha cidade.
Eu esperava por gemidos, cadáveres se espalhando, desmembramento, mas era aí que os filmes estavam errados. Eles corriam pela rua, gritando.  Eu me lembro de correr para a minha porta da frente o mais rápido que pude, trancando, montando barricadas, fazendo o possível para que permanecesse firme. Então fui até a janela. Eu estava no segundo andar e pude ver a carnificina. Eles eram imparáveis. Eles eram inteligentes.
  Um grupo deles foi até um prédio do outro lado da rua. Eles pularam pelas janelas de vidro. Mesmo os cacos de vidro não foram o suficiente para Pará-los. Eles continuaram vindo. Minha barricada não ia segurá-los. Eu corri pelo meu apartamento, pegando suprimentos e colocando-os no quarto mais seguro do apartamento. Eu voltei para dar uma última olhada, e queria não ter voltado. Em uma janela do segundo andar, meu rosto encontrou-se com o de um deles. Eles sabiam onde eu estava. Eu rapidamente entrei no quarto e fechei a porta.
  Eu não tenho nenhum tipo de quarto do pânico, então o lugar mais seguro em que pude pensar foi meu banheiro. Sem janelas, apenas uma porta com uma tranca. Eu enchi minha banheira e pia de água, então eu poderia me virar por um tempo. Então eu me sentei ali, no quarto escuro, com os   gritos distantes nos meus ouvidos.
  Eu comecei a pensar que tinha exagerado. Haviam se passado duas horas e nem sinal deles. Na verdade tudo ficou mais quieto e eu achei que eles tinham ido embora. Talvez eu pudesse deixar o quarto, ir ate a cozinha, pegar mais comida e esperar. Uma batida veio da porta da frente. O som de alguém usando toda a sua força contra a porta e derrubando a barreira atrás dela. Houve mais algumas batidas antes que eu soubesse que eles haviam entrado. Passos rápidos se movendo pelo apartamento. Alguns gritos e uma batida na parede ao meu lado. Meus olhos estavam arregalados. Mesmo na escuridão densa do quarto. Outra batida, e outra. Eles sabiam que eu estava ali e sabiam que eu estava assustado.
  Esse era o pesadelo zumbi que eu esperava desde o início. Eu não tinha para onde fugir. Era apenas uma questão de tempo até que eles entrassem. Eu me sentei com as costas contra a porta, esperando que meu peso extra dificultasse a entrada deles. Foi então que tudo piorou.
“Porque você não abre a porta?”
  Uma voz do outro lado da porta. Nada de gritos ou gemidos. Só uma voz calma e sussurrante. E então mais delas.
  “Viemos atrás de você”
  “Você será mais feliz se abrir a porta”
  “Não é tão ruim”
  As vozes sussurrantes se tornaram uma cacofonia de ruídos tentando me persuadir, me quebrar, me enganar. Eu tinha ouvido falar que os gemidos de zumbis poderiam enlouquecer uma pessoa, mas aquilo era pior. Um chamado sedutor. Eu me sentei no escuro e esperei e rezei para que eles se cansassem. Mas eles não se cansavam e eles não saiam. Eu consegui usar o espelho para espiar abaixo da porta, apenas para ver horríveis olhos que não piscavam, rostos sujos de sangue, gritos e mais sussurros horríveis. Isso foi há dois dias atrás.
  Eu não sei mais o que fazer... Talvez não seja tão ruim...

Creepypasta retirada e traduzida do site Creepypasta.com .

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

creepypasta: Room Zero


Já faz um tempo que eu não falo nada relacionado a Corporação Disney e tenho certeza que você sabe o porquê.

Muita coisa vem acontecendo desde minha última postagem. Recebi um monte de perguntas e preocupações de pessoas que leram meu relato em primeira mão do Palácio de Mogli, um resort que foi construído e abandonado pela disney .

Eu quero agradecer a todos que compartilharam pela internet. Infelizmente, ele foi excluído de alguns lugares, principalmente dos sites corporativos de grande influência que foram facilmente intimidados por um poder maior. No entanto, para cada tópico deletado ou postagem de blog excluída, mais umas cem surgiram.

Isso é algo que eles não conseguirão enfrentar. Não há mais volta para eles e nem pra mim.

Eu definitivamente estou sendo perseguido. Fiquei um mês ou dois isolado, paranoico. Qualquer olhar casual ou um pequeno sorriso em minha direção me causava desespero e até arrepio na parte de trás do pescoço.

A pessoa, ou melhor, a primeira pessoa que eu percebi estar me perseguindo, foi um falso consertador de telefones que ficava em volta de meu apartamento.

Ele tinha meia-idade, pastoso, vestido exatamente como qualquer um esperaria. Eu não poderia acusa-lo, mas sabia que isso não era apenas minha imaginação agindo. Ele era estranho, não parecia confortável fazendo seu trabalho de rotina.

Um dia eu segui ele de canto, mas rapidamente o perdi de vista. Quando voltei pra casa, lá estava ele. Me olhando diretamente no olhos, cerca de dez metros atrás de mim. Inexpressivo e frio.

- Explorando de novo? - perguntou ele. Isso foi tudo o que disse e havia um tom acusador em sua voz.

Diga-me se especialistas em conserto de telefones diria algo assim?

Eu acho que essa é a pior parte. Nunca me sentir seguro. Apenas sozinho. Sempre encontrava pela casa algum material diferente da Disney que eu nunca havia visto ou notado antes. Borracha escolar no formato do Mickey, uma revista da Disney Explora na minha estante, etc.

Eles esconderam pequenos Mickeys em todos os lugares. Três círculos, um grande e dois pequenos, formando a silhueta da cabeça do famoso rato.

Eu comecei a reparar em todos os Mickeys que encontrava.

Marca de copos de café em minha mesa, uma grande, duas pequenas. Garrafas de vidro coloridas deixadas na porta, vistas de cima para baixo. Grafite em muros a caminho do meu trabalho, uma enorme terra, um pequeno sol e lua nos locais e tamanhos apropriados formando novamente outra silhueta do Mickey.

Eles estão por toda parte.

As pessoas têm me enviado sobre isso também. Se você compartilhar tudo o que eu tenho a dizer, você vai começar a encontrar esses contornos filhos da puta. Eu garanto.

Uma vez, de longe, algo me fez rir por causa do horror de todo esse transtorno. Havia um desenho de giz ao lado do meu carro. Fiquei surpreso no início, andando pelo estacionamento, mantendo-se atento para as pessoas me seguindo.

O desenho no chão parecia um... Bem, uma "vítima de assassinato". Você provavelmente está familiarizado com esse desenho em filmes e séries.

Ao lado do desenho, escrito em amarelo, feito á mão... Tinha uma única palavra.

"VOCÊ"

A única coisa boa em tudo isso, é que não sou o único que viu algo que não devia.

Não vou dar nomes, porque... bem, se eu dizer o porquê, você não prestaria atenção.

“Auditores” vão para o parque da Disney sempre que podem, durante o ano. Eles não vão para se divertir ou desfrutar do passeio, etc.

Eles observam muito as máscaras de gás infantis nas pessoas.

Parece ser uma tradição, aparentemente pessoas em todo parque usavam. Homens, mulheres, adultos, crianças e adolescentes.

Todos com máscaras de gás de personagens da Disney.

Os auditores voltavam e a Disney recebia toneladas de reclamações sobre pessoas "estranhamente vestidas" andando ao redor do parque. Pessoas que se misturavam com a multidão e desaparecem.

Mais tarde, as máscaras de gás fizeram com que as pessoas as tirassem e teorias e relatos de "possíveis terroristas" começaram a fluir.

Todos esses relatórios provavelmente foram direto para a lata de lixo. Eu sei que não consigo encontrar nenhum sinal de qualquer dessas ocasiões relatadas pela mídia (embora você deve estar ciente do fato de que a Disney pode muito bem controlar a mídia como ninguém).

Esses auditores e fiscais vão aos parques, falam com algumas pessoas e tentam não chamar a atenção. Eles perguntam para três ou quatro famílias se eles viram alguém usando uma “máscara engraçada”.

Na verdade, eles querem uma máscara de gás pra usar como prova... Embora em uma ocasião, uma criança apontou para um deles na entrada do parque. Ele correu no meio da multidão e ouviu uma voz única gritar na frente dele: "Mamãe, eu quero uma máscara do Pateta também!"

Um colega que vou chamar de "Salva-vidas" trabalhou em um parque aquático da Disney de 2001 a 2003. Ele ficava no topo de um enorme tobogã de água e fazia com que nenhuma das crianças ficasse muito agitada. Colocando as crianças no tubo do tobogã para escorregar, uma de cada vez, dizendo a elas que o mais seguro era manter os braços colados ao corpo quando estivessem dentro.

Um dia, ele disse que um garoto gordo entrou no tubo, mas que não saiu do outro lado.

E sem perceber isso, enviou mais umas duas ou três crianças pra dentro. O garoto gordo havia ficado preso no tubo, e você deve estar imaginado que já que um ficou preso, as outras crianças também ficariam.

Não foi bem assim. Somente o garoto gordo desapareceu. Todo mundo saiu do outro lado, vibrando e espirrando água como se nada estivesse errado.

O salva vidas fechou o brinquedo por um instante, muito preocupado com o desaparecimento da criança dentro do tubo. Ele entrou e escorregou pelo brinquedo, e o garoto não estava lá dentro. Antes que ele pudesse chamar as autoridades para informar o desaparecimento... SPLASH! O gorducho finalmente saiu.

Os membros da equipe puxaram o garoto para fora da água. Ele afundou como uma pedra quando caiu na piscina, sua pele estava azul e os olhos arregalados. Tudo o que ele dizia era: "Crianças sem rosto" e "Pare de apertar".

O garoto estava bem fisicamente, caso você esteja se perguntando. Ele foi acarretado imediatamente ao centro médico. Quando o Salva-vidas pediu para abrir o tobogã pra saber o que havia acontecido lá dentro, ele foi ameaçado de demissão e relutantemente abriu o brinquedo novamente e voltou para seu trabalho de rotina.

Daquele momento em diante, ele ficou mais atento sobre as crianças. De vez enquanto eles saiam da fila, mas nunca algo tão sério como o caso do garoto gordo, mas sempre com um olhar de preocupação. Com o tempo tudo parecia ter sido algum sonho durante seu horário de almoço, mas ele só queria descobrir o que era realidade.

Eu li outros e-mails com relatos estranhos como esse. Eu queria que eles compartilhassem sua própria história, mas eles não queriam se expor dessa maneira. Não posso culpa-los.

A "Branca de Neve", que não era o verdadeiro papel dela no parque, era outro "personagem" do parque. Você sabe o que acontece quando um funcionário fantasiado cai morto dentro de sua fantasia?

Imagine só como deve ser... Uma hora, tirar uma foto com o pequeno Jimmy, e logo em seguida, sofrer um acidente vascular cerebral fatal?

Um segundo mascote fantasiado na área teve que senta-la no banco até outra pessoa assumir o posto, fazendo uma “limpeza a seco” e se livrando do corpo da forma mais discreta possível. Durante todo esse tempo, os clientes não faziam ideia de que estavam se sentando juntamente com um cadáver para tirar fotos.

Sinta-se livre para verificar os seus álbuns de fotos neste momento.

Isso foi ruim, mas um outro companheiro, que vou chama-lo de “Zelador”, enlouqueceu completamente.

A Disney World (e provavelmente outras corporações), construíram uma série de túneis subterrâneos bem embaixo de seus pés. Vale a pena relatar três histórias. Tudo e qualquer coisa que você pode imaginar está lá embaixo, para uso dos funcionários.

Eles são chamados de Utilizadores. Corredores de utilidade.


Basicamente, essa é a razão que você não vê personagens fora do lugar ou zeladores vagando pelo parque.


Eles entram e saem de portas escondidas e viajam pela cidade subterrânea escondida.


Zelador me disse algo que poderia ser do conhecimento de qualquer pessoa, mas que mesmo assim foi novidade para mim.

Walt Disney teve vários apartamentos construídos em seus parques. Há um bem acima do Castelo da Cinderela... Outro em Piratas do Caribe. Eles estão em todos os lugares.

Mais do que isso, há boates, um cinema, uma pista de boliche, e muito mais. Tudo por trás de portas embutidas nas fachadas caprichosas que você provavelmente passou sem notar.

O Club 22 é uma dessas áreas escondidas. Se você tiver dinheiro o suficiente para se juntar ao clube exclusivo (pois é, você não tem), então terá acesso a ele e muito mais
 
O Club 22 é um lugar onde vale tudo. A Corporação Disney chama esses lugares "Zonas Escuras". São pontos onde os personagens se trocam e dão lugar a bebidas, drogas e sim, sexo.

Também tem as “Zonas brancas” com poucos corredores de utilidade e as “Zonas Cinzas” entre eles.

O Zelador também me disse que nem sempre foi assim. Foi mais pra um declínio lento e o abrandamento gradual das normas sociais dentro desse grupo de elite.

A razão pela qual ele sabe de tudo isso? Você já deve estar se perguntando... Sim, ele fez a limpeza desses lugares.

Depois de uma verificação de longos antecedentes e vários termos de confidencialidade, o zelador subiu de um atendente de parque para um membro da equipe de limpeza da zona escura.

Agora, antes de você imaginar alguma visão satânica de "sacrifício humano" na sua cabeça, não, Zelador não viu nada do tipo. Muitas garrafas vazias de álcool? Sim. Preservativos usados espalhados como desinflados balões de ano novo? Oh, sim. Ele limpou muitas quotas de sangue, urina e vômito. A única coisa que ele pensava era a quantidade de jovens baderneiros que usavam esses corredores.

Pelo menos, é assim que ele via em retrospecto.

Todo esse lixo, merdas profanas, entraram em um forno e se misturaram com a fumaça da chaminé de uma típica casa.

Se você já foi para a Disney World, você respirou pecado ultra condensado.

Reforçando essa informação, tem outro cara que vou chama-lo de "Hammer". Hammer me enviou à moda antiga, mas eu não sei bem como ele conseguiu o endereço da minha casa. Ele me mandou fotocópias de documentos provando seu emprego, e me instruiu a queimar quando estivesse convencido.

O que eu fiz de bom grado.

Hammer trabalhou ao redor do parque Disney World, fazendo a demolição e construção. Em um ponto, ele se aproximou conversou com seu superior em relação a alguns estranhos planos de construção.

Era uma ampla área retangular marcada nos projetos, do tamanho de um supermercado. Na área, foram deixadas somente as palavras "NÃO CAVE".

Ele não queria falar sobre isso, não queria saber sobre isso e terminou a conversa com "este espaço foi intencionalmente deixado em branco".

Hammer não entendeu. A área parecia um desperdício de espaço e entrou diretamente em conflito com o trabalho que sua equipe tinha designada. Ele começou a picar ao redor da área em suas folgas, encontrando apenas uma porta de aço abandonada e uma grande extensão de concreto logo depois.

Era um "vale do supermercado" do piso em branco, cinzento.


Logo depois, Hammer encontrou com os cadáveres usando as máscaras de gás.


Ao contrário de todos os outros relatos anteriores, as pessoas... ou melhor, as "coisas" que estavam usando as mascaras, estavam todas caídas, empilhadas e espalhadas pelo quarto. Centenas de cadáveres fracos, lesionados... Como cervos que foram presos e não conseguiam mais fugir.

As mascaras de gás tinham os rostos do personagem da Disney com filtros presos... Ele observou que elas pareciam molhadas por dentro, embaçados como uma janela de carro. Pequenas gotas de água brilhavam por trás do vidro, tornando-se impossível qualquer um enxergar através.

Indo mais longe, Hammer começou a fazer perguntas de todos aqueles que já trabalharam no parque por uma década ou mais.

Ele bateu impasses por toda parte, até que ele foi direcionado para Aida, uma mulher idosa que trabalhava em um restaurante na rua principal. Ela tinha estado lá desde o caminho de volta e embora ninguém tivesse a coragem de perguntar diretamente, todos sabiam ela tinha muitas histórias terríveis para contar.

Hammer perguntou sobre o espaço vazio, e em seguida, sobre os clientes mascarados. No começo ele pensou que iria receber um “não sei” como resposta. Ela estava quieta. Estranhamente quieta.

"Room Zero", ela resmungou, e em seguida colocou a mão em sua boca como se tivesse falado algo que não deveria ter dito.

Ela não olhou para o homem durante toda a conversa.

Room Zero (ou quarto zero) era mais outro quarto escondido, como os apartamentos e o Clube 22. Entretanto, seu tamanho e sua profunda mancha sob o parque está localizado para além de qualquer uma das zonas escuras de "diversão".
Era um abrigo contra bombardeio aéreo.

Room Zero foi construído para resistir a um ataque massivo, seja ele conduzido por inimigos estrangeiros ou nacionais.

A sala era abastecida com alimentos suficientes para o número médio da quantidade máxima de pessoas dentro do parque, e abrigava um quatro menor ainda conhecido como "quarto do pânico", para os superiores da Disney.

Durante a segunda guerra mundial, realmente máscaras de gás oficiais Disney foram produzidas para as crianças em caso de ataque. A ideia era que seria menos assustador para as crianças se o rosto de Mickey fosse estampado sobre o dispositivo de segurança em tempo de guerra.

Sim, eu sei os problemas óbvios com isso.

Durante o susto da guerra fria dos anos 60, quando foi construída a Disney World, a Room Zero foi abastecida com máscaras semelhantes também. Se eles não se preocupassem com os medos das crianças, ou apenas fossem insensíveis, talvez não tivesse acontecido aquilo lá embaixo.

Além do mais, algum gênio decidiu que as crianças não ficariam tão assustada com as máscaras de gás se seus pais as usassem... A assim, todas as máscaras, adultos e criança, foram feitas para cumprir com esta norma louca.

Aida o descreveu como "tratar uma ferida com suco de limão".

Nada disso explicava o que Hammer havia visto. Não só as aparências aparentemente sobrenaturais das pessoas, mas também o quarto esvaziado lá dentro.

- Eu estive lá – explicou ele – Só há um piso de cimento e quatro paredes na Room zero.

- Não - Aida abanou a cabeça e cobriu sua boca, abafando um soluço – Você esteve em cima da Room Zero. Aquilo foi planejado perfeitamente. Quando alguém descobrisse que houvesse um subsolo, iria vasculhar e encontrar aquele espaço vazio e nem imaginaria que existe outro saguão bem abaixo daquele.

Algo ou alguém soou o alarme, num dia em que a capacidade do parque estava no máximo. O aviso era claro. Eles estavam sofrendo um suposto ataque aéreo.

Os seguranças levaram todos para a Room Zero. Lá, eles foram ordenados a colocarem suas máscaras e acolherem-se durante o bombardeio.


Tudo estava calmo nos primeiros trinta minutos, exceto as crianças que choravam e os sussurravam assustadas. Ninguém queria morrer, então os pais eram gratos de alguma forma por esta estranha medida de segurança.

Então, alguém deu o primeiro grito.

- Ei! - um homem gritou - Pare de me beliscar!

Uma onda de gritos começou a se alastrar na multidão, de uma parede à outra.

- Quem está correndo? Acalme-se! - Alguém gritou.

- Quem está rindo? Isso não tem graça!

- Ow! Quem pisou no meu pé?!

Apesar dos guardas de segurança pedindo para manterem a calma, a multidão ficou ainda mais agitada, até que, finalmente, depois de quase uma hora de loucura...

As luzes se apagaram.

Todos morreram.

O que veio em seguida só pode ser descrito como caos. No escuro, somente as paredes dos jovens e os gemidos dos adultos podiam ser ouvidos em um maciço, inchaço que sangrava os ouvidos de todos dentro daquela câmara de eco negra.


Um grupo de membros da equipe e alguns poucos funcionários conseguiram atravessar a porta, dispostos a enfrentar a guerra acima, ao invés da insanidade abaixo. O que eles encontraram, porém, foi um parque temático desolado, ainda intocado.


Não havia ataque nenhum. A música continuava a tocar, ecoando pela cidades de contos de fadas em silêncio.

Ao retornar à Room Zero, os poucos que ficaram no topo da escada aço que chumbo na escuridão se levantaram, não ouvindo nenhum sinal de batalha anterior. Havia apenas silêncio.

Aida desceu as escada, apesar da mendicância daqueles que deixou acima.

Ela alcançou as portas reforçadas, agora inundado na escuridão e ouvindo apenas o zumbido nos ouvidos.

Uma única voz saiu da escuridão. O eco tornou impossível dizer se a voz rouca, veio da parte de trás do abrigo ou se foi bem na frente de seu rosto.

-Feche a porta, querida. Você está deixando mais frio aqui dentro.

Dominada pelo terror, ela fez exatamente isso. Dentro de dias, a coisa toda... Abrigo, escadaria, tudo... estava coberto com os pés em cima de pés de cimento. Sistemas de ar e geradores acima de seu teto foram removidos, criando o grande espaço vazio.

- Eles ainda estão lá embaixo - Aida disse para Hammer - Com quem quer que fosse, de alguma maneira, eles não estão mortos.

Você pode notar que o único nome verdadeiro que usei foi o da Aida.

Infelizmente, ela faleceu logo após contar sua história. Queda acidental, supostamente, depois de sair da cama para acender a luz.


“Uma adoradora do seu antigo emprego”, o jornal local publicou, devido as várias silhuetas do Mickey que foram encontradas em sua casa. Silhuetas que não estavam lá quando visitei o local após o acidente, e silhuetas que estão começando a aparecer em meu apartamento.

Creepypasta retirada do site Wiki Creepypasta Brasil.





 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Creepypasta: Abandonado pela Disney


  Talvez vocês não saibam, mas a Disney é a principal responsável por tornar uma pequena vila em uma vila fantasma que hoje é conhecida como “Ghost Town”. Deixe-me explicar, a Disney construiu o “Treasure Island Resort (Resort da Ilha do Tesouro)", que em 1999 teve o nome alterado para “Discovery Island (Ilha da Descoberta)" que está localizada na Baía de Baker, nas Bahamas. Discovery Island não era uma vila fantasma. Navios de cruzeiro da Disney realmente desembarcavam no resort e deixava os turistas para relaxarem no luxo. Outro fato verdadeiro que você mesmo pode comprovar é que a Disney investiu 30 milhões neste paraíso tropical... Sim, trinta milhões de dólares.

 Em seguida eles simplesmente abandonaram o local.
 
 Eles culparam as águas rasas (rasas demais para que seus navios operassem em segurança), e sobrou até para os trabalhadores. A Disney disse que como eles eram das Bahamas, eles eram muito preguiçosos para trabalhar em um horário regular.
  É aqui que a natureza factual da história acaba. Não era por causa da areia, e obviamente não era porque "os trabalhadores eram preguiçosos demais". Ambas eram desculpas convenientes.
Não, eu sinceramente duvido que essas razões eram legítimas. Porque eu simplesmente não acreditei na história oficial?  
 Por causa do Palácio de Mogli.

 Perto da cidade litorânea de Emerald Isle na Carolina do Norte, a Disney começou a construção do "Palácio de Mogli" na década de 1990. O conceito era um resort com a temática da selva, com um enorme palácio, como você pode imaginar, no centro de tudo isso.

  Se você não estiver familiarizado com o personagem Mogli, então você deve se lembrar melhor da história Mogli - O Menino Lobo. Se você não o viu antes em outro lugar, você talvez o conheça como um personagem dos desenhos da Disney de décadas atrás. Mogli é uma criança abandonada na selva, simultaneamente criado e também ameaçado por animais.


 O Palácio de Mogli era um empreendimento polêmico desde o início. A Disney comprou uma tonelada de terra de alto custo para o projeto, e na verdade houve um escândalo envolvendo algumas das compras. O governo local declarou as casas das pessoas como "domínio eminente" e as vendeu para a Disney. Em determinado ponto, uma casa que tinha acabado de ser construída era simplesmente condenada com pouca ou nenhuma explicação. A terra agarrada pelo governo era supostamente para o suposto projeto de uma rodovia nunca construída. Sabendo muito bem do que estava acontecendo, o povo passou a chamá-la de "Rodovia Mickey Mouse".
 

  Então, tinha o conceito de arte. Um grupo de camisetas da Disney foram feitas para a reunião com os moradores da cidade. Eles vendiam a ideia, como se fosse ser lucrativo para todos. Quando eles mostraram o conceito... Aquele enorme palácio Indiano, cercado pela Selva e composta por homens e mulheres vestindo tangas e roupas tribais... Bem, basta dizer que eles não aceitaram a ideia.

  Estamos falando de um enorme Palácio Indiano. Selva e tangas não relativamente no centro de uma área de luxo, mas sim em uma área xenofóbica do sul dos Estados Unidos. Foi uma escolha questionável a esse ponto da história.

 
  Um membro da multidão tentou invadir o palco, mas foi impedido pelos seguranças assim que ele tentou quebrar uma das placas da frente. Disney pegou aquela comunidade e lhe quebrou os joelhos. As casas foram arrasadas, o terreno foi limpo, e não havia uma maldita coisa que qualquer um pudesse fazer sobre isso. TV e jornais locais eram contra o resort desde o início, mas alguma ligação insana entre as explorações de mídia da Disney, e os locais de interesse turístico entrou em jogo e as opiniões mudaram repentinamente.
De qualquer forma, Treasure Island, nas Bahamas. Disney investiu milhões no lugar e começou o trabalho. A mesma coisa aconteceu com o Palácio de Mogli.

  

A construção estava completa. Os visitantes realmente se hospedaram no resort. As comunidades do entorno foram inundadas com o tráfego e os aborrecimentos habituais associados com o fluxo de turistas perdidos e irados.
 
  Então, tudo parou.

 
  A Disney desligou o lugar e ninguém sabia, sequer, o que pensar. Mas eles estavam bastante felizes com isso. A perda da Disney foi bastante hilária e maravilhosa para um grande grupo pessoas que não queriam tudo aquilo em primeiro lugar.

  Honestamente, eu não pensei nesse lugar, desde que soube que tinha fechado a décadas atrás. Eu vivo a quatro horas de Emerald Isle, então realmente só ouvi rumores, não presenciei nada disso.

 
  Então eu li este artigo de alguém que havia explorado a Treasure Island e criado um blog inteiro direcionado exclusivamente para as coisas loucas que ele havia achado por lá. Coisas simplesmente... Deixadas para trás. Coisas quebradas, desfiguradas, provavelmente destruídas por funcionários descontentes que perderam seus empregos.


  Todos os locais ao redor tinham uma mão na destruição daquele lugar. As pessoas simplesmente ficaram furiosas sobre o Treasure Island e fizeram isso com o Palácio de Mogli.
Além disso, há rumores de que a Disney havia lançado seu "estoque" de aquário nas águas locais quando fecharam... Incluindo tubarões
.
  Quem não gostaria de ter algumas oscilações em merchandising após isso?

 
  Bem, o que estou querendo dizer, é que esse blog sobre o Treasure Island me fez pensar. Mesmo muitos anos tendo se passado, desde que o resort fechou, eu pensei que o Palácio de Mogli seria um lugar legal para uma "Exploração Urbana". Bater algumas fotos, escrever sobre a minha experiência, e provavelmente ver se eu encontrava alguma coisa para levar de recordação.


  Eu não vou dizer que não demorei em realmente ir pra lá, porque, honestamente, demorei um ano desde que descobri o artigo sobre Emerald Isle.


  Durante esse ano, fiz uma imensa pesquisa sobre o Palácio do Resort... ou pelo menos, tentei. Naturalmente, nenhum site oficial da Disney ou fonte fazia qualquer menção sequer sobre o lugar.


  Ainda mais estranho, no entanto, era que ninguém antes de mim havia pensado em "blogar" ou até mesmo postar uma foto sobre o lugar. Nenhuma TV local ou site de notícia tinham sequer uma palavra sobre o assunto. O que era de se esperar, uma vez que todos haviam se manifestado da maneira que a Disney queria. Eles não sairiam por aí falando sobre os próprios erros, não é mesmo?


  Recentemente, eu descobri que empresas podem realmente pedir ao Google, por exemplo, para remover links dos resultados de busca... Basicamente, qualquer coisa. Olhando para trás, provavelmente, não era que ninguém nunca tinha falado sobre o resort, mas sim que suas palavras estavam apenas inacessíveis.

 
  Então, no final das contas, eu mal conseguia encontrar o lugar. Tudo que eu tinha era um mapa velho pra caramba que eu recebi pelo correio nos anos 90. Era um item promocional enviado a pessoas que tinham ido recentemente a Disneylândia, e eu acho que já que eu estive lá nos anos 80, quando tudo isso ainda era "recente".

 
  Eu realmente não pretendia depender muito dele. Ele acabou esquecido junto com meus livros e revistas em quadrinhos da minha infância. Só lembrei disso após meses de pesquisa, e mesmo assim, ainda levei algumas semanas para localizar a caixa onde havia guardado.
  Mas eu FINALMENTE encontrei. Os moradores não ajudaram nem um pouco, como a maioria tinha se mudado para a praia nos últimos anos... ou os antigos moradores que apenas zombavam de mim e faziam gestos rudes, antes mesmo que eu pudesse dizer "onde eu encontro o Palácio do...".
 
  Após um longo tempo, a viagem me levou longe. Plantas tropicais que se alastravam e cobriam a área repleta de espécies nativas de flores que na verdade sempre pertenciam a aquele lugar.

 
  Fiquei admirado quando cheguei aos portões na frente do resort. Enormes portões monolíticos de madeira que de ambos os lados pareciam ter sido cortados de uma gigantesca Sequoia. O portão em si havia sido furado em vários lugares por pica-paus e comido na base por insetos escavadores.

 
  Pendurado no portão havia uma placa de metal, algum rabisco aleatório com letras negras feitas a mão, que dizia "ABANDONADO PELA DISNEY". Claramente um pequeno protesto de algum funcionário.

 
  Os portões estavam abertos o suficiente para que eu pudesse entrar, mas não dirigir, então eu peguei minha câmera digital e o mapa, cujo outro lado mostrava apenas o projeto do resort. Segui a pé.

 
  O terreno interno do lugar era tão cheio quanto a porta de entrada. Palmeiras permaneciam tortas apoiadas nas pilhas de seus próprios cocos. Bananeiras também estavam lá em seus resíduos fedorentos. Havia essa espécie de confronto entre a ordem e o caos, graças as plantas cuidadosamente plantadas ali.
Tudo o que restara de quaisquer estruturas exteriores foram quebradas. A madeira apodreceu e haviam vários pedaços de um material queimado que não pude identificar. O que parecia ser um balcão de informações ou um bar ao livre, agora era apenas uma pilha de destroços desgastado pelo tempos.
 
  A coisa mais interessante no lugar era uma estátua de Baloo, o urso de "Mogli - O Menino Lobo", que ficava em uma espécie de pátio de frente com edifício principal. Ele estava intacto em uma pose animada, dançando, olhando para o nada com um sorriso cheio de dentes e cocô de pássaros cobrindo todo o seu "pêlo" e raízes ao redor da plataforma onde ele estava.

 
  Me aproximei do edifício principal - O PALÁCIO - apenas para encontra o exterior do prédio coberto por pichações onde a pintura ainda não tinha descascado. As portas da frente não estavam apenas abertas. Suas dobradiças foram quebradas e as portas haviam sido roubadas.
Acima das portas de entrada, ou a abertura onde um dia houvera portas, mais uma vez, alguém havia escrito: "ABANDONADO PELA DISNEY".
 
  Eu gostaria de poder contar todas as coisas incríveis que vi dentro do Palácio. Estátuas esquecidas, caixas registradoras abandonadas, uma sociedade secreta de mendigos... Mas não.


  O interior do prédio era tão gritante, tão vazio, que eu acho que na verdade alguém havia roubado a moldura das paredes. Tudo que era grande demais para ser roubado... Balcões, mesas, árvores gigantes de plástico, tudo isso descansava em meio a essa câmara vazia que ecoava lentamente cada passo que eu dava como uma metralhadora.

 
  Eu verifiquei a planta do lugar e me dirigi aos locais que pareciam de alguma forma interessantes.

 
  A cozinha era como você pode imaginar... Uma área de preparação de alimentos industriais com todos os aparelhos e espaço, nenhuma despesa poupada. Cada superfície de vidro fora quebrada, cada porta havia tido suas dobradiças roubadas, cada superfície metálica havia sido chutada e amassada. O lugar inteiro cheirava muito a mijo velho.
O enorme freezer, nem mesmo esfriava um pouco sequer. Agora, tinha filas e filas de espaço vazio nas prateleiras. Ganchos pendurados no teto, provavelmente para pendurar os pedaços de carne, e enquanto eu estava lá dentro, por um momento, percebi que eles estavam balançando.

 Os banheiros estavam em grande parte no mesmo estado que o resto do lugar. Assim como em Treasure Island, alguém tinha metodicamente quebrado cada vaso sanitário de porcelana, repletos de fezes. Havia cerca de meia polegada de sujeira, fedendo a água estagnada no chão, então eu não fiquei lá por muito tempo. O que era mais estranho é que nos banheiros e as pias (e os bidês no banheiro das mulheres, sim, eu fui lá), tudo pingava, vazava, ou apenas escorria livremente. Me pareceu que deviam ter fechado a água por muito tempo. Há muito tempo.
 
  Havia muitos quartos no palácio, mas naturalmente não tive tempo de olhar todos eles. Os poucos que eu olhei estavam igualmente destruídos, e eu também não esperava encontrar nada lá. Pensei que tivesse alguma televisão ou um rádio em um dos quartos, porque tenho certeza que ouvi uma conversa tranquila saindo de um deles.
Apesar de ter sido como um sussurro, provavelmente era a minha própria respiração ecoando no silêncio, ou apenas outro caso do som da água fluindo brincando com a minha mente. A conversa era algo do tipo:

1: "Eu não acredito."

2: "(resposta curta e incompreensível)."

1: "Eu não sabia disso. Eu não sabia disso."

2: "Seu pai te disse."

1: "(resposta incompreensível, ou apenas murmúrio)."

 
  Eu sei, eu sei , isso soa ridículo. Estou apenas dizendo o que eu passei por lá, por isso pensei ter visto algo correr naquela sala - ou pior, alguns mendigos que provavelmente haviam se escondido lá e estariam prontos pra me esfaquear ou algo do tipo.

  Chegando as portas da frente do palácio de novo, percebi que não havia encontrado nada de interessante e tinha perdido toda a viagem.

 
  Porém, enquanto olhava pra fora das portas, notei algo interessante no pátio que eu não havia notado antes. Algo que provavelmente me daria pelo menos UMA coisa para mostrar ao publico e que tivesse valido todo aquele esforço, mesmo que fosse apenas uma fotografia.


  Havia uma estátua realista de uma cobra gigante, talvez dois metros e meio de comprimento, enrolada e "tomando sol" em um pedestal bem no centro do lugar. Era quase hora do sol começar a nascer, o que dava uma iluminação perfeita para uma fotografia. Aproximei-me da cobra e tirei uma foto. Então, eu fiquei na ponta dos pés e tirei outra. Eu me aproximei novamente para obter uma foto mais detalhada de seu rosto.


  Lentamente, a cobra levantou a cabeça, olhou diretamente nos meus olhos, virou-se e deslizou fora do pedestal, passando sobre a grama e desaparecendo entre as árvores.
Todos os dois metros e meio da "estátua". Sua cabeça enorme desapareceu no meio da floresta antes mesmo de sua cauda deixar o local enquanto o sol aparecia.

  Disney havia soltado todos os seus animais exóticos no terreno. Bem ali no meu mapa era onde ficava a "Reptile House (Casa dos Répteis)". Eu deveria ter imaginado. Tinha lido sobre os tubarões da Treasure Island, e eu deveria saber que eles haviam feito isso.


   Fiquei chocado, apenas absolutamente estupefato. Minha boca deve ter ficado escancarada por um bom tempo antes que eu voltasse a si. Pisquei algumas vezes e me afastei de onde a cobra tinha saido. Voltei para o Palácio.
Apesar de ela não estar mais ali, eu ainda não queria correr nenhum risco e continuei o meu caminho para dentro do prédio.

  Demorou algumas respirações profundas e tapas na minha própria cara para cair em si depois dessa. Procurei um lugar para me sentar, já que minhas pernas estavam um pouco parecidas com geleia neste momento. É claro que não havia lugar para se sentar, a menos que eu quisesse repousar sobre cacos de vidro e carpete mofado ou arrastar-me em cima de uma mesa de confiabilidade questionável.
Eu já havia visto algumas escadas perto do átrio do palácio e decidi me sentar lá até que eu me sentisse melhor.
 
  A escadaria, diferente da frente do edifício não estava tão suja, exceto por um acúmulo surpreendente de poeira. Puxei uma placa de metal da parede, mais uma vez pintada com a frase "ABANDONADO PELA DISNEY" cujo eu já estava acostumado. Coloquei a placa nas escadas e me sentei sobre ela para me manter pelo menos um pouco limpo.

 
  A escada levava para baixo, abaixo do nível do solo. Usando o meu flash da câmera como uma espécie de lanterna improvisada, eu podia ver que a escada terminava em uma porta de malha de metal com um cadeado. Havia uma placa na porta, e desta vez, era uma placa de verdade. Dizia: "SOMENTE MASCOTES! OBRIGADO!".
Isso me animou um pouco, por duas razões. Uma delas era que uma área de mascotes definitivamente teria algo interessante. E a segunda razão, era que o cadeado ainda estava no local. Ninguém havia ido lá embaixo. Nem os vândalos, nem os saqueadores, ninguém.
 
  Este era o único lugar que eu poderia realmente "explorar" e, talvez, encontrar algo interessante para fotografar ou até mesmo, roubar. Eu havia chegado ao palácio concordando comigo mesmo que estava tudo bem qualquer coisa que eu quisesse pegar de lá, porque - hey - "abandonado", certo?

 
  Não demorou muito para arrombar a fechadura. Bem, pra ser sincero, isso não é verdade. Não demorou muito para prender a placa de metal na parede que o cadeado estava preso. O tempo e a decadência tinham feito a maior parte do trabalho para mim, e eu era capaz de dobrar a placa de metal suficiente para puxar os parafusos para fora da parede - algo que ninguém tinha aparentemente pensado em fazer, ou tivesse sido capaz de fazer no momento.

 
  A área dos mascotes foi uma mudança surpreendente e muito bem-vinda do resto do edifício que eu havia visto. Além disso, nada tinha sido roubado ou quebrado, mesmo que a idade e a exposição tivessem definitivamente envelhecido o local.
  As mesas tinham blocos de anotações, canetas, relógios... Até mesmo um relógio de parede completamente cheio de cartões antigos.  Haviam cadeiras espalhadas e até uma pequena sala de descanso com uma velha televisão cheia de estática e um enorme balcão repleto de comida e bebidas estragadas. Era como um daqueles filmes pós-apocalípticos, onde tudo é deixado jeito que estava na hora da evacuação.
 
  Enquanto eu caminhava pelos corredores que mais pareciam um labirinto, o local se tornava cada vez mais interessante. Conforme eu ia mais longe, via balcões e mesas derrubadas, papéis espalhados e quase se fundindo com o chão úmido, e um grande tapete lentamente apodrecia no chão.

 
  Tudo parecia "mole". Tudo que era de madeira se desintegrava como mingau quando tocado até mesmo com a menor quantidade de força, e itens de vestuário pendurados em ganchos em uma das salas simplesmente caiam em fios úmidos, se eu tentasse retirá-los.

  Uma coisa que me incomodou bastante foi que a luz estava se tornando mais escassa e pouco confiável conforme eu ia mais para as úmidas e sufocantes profundezas do local.

  Eventualmente, cheguei a uma porta listrada, preta e amarela com as palavras "PERSONAGEM PREP 1" estampadas nela.

 
  A porta não abriu de primeira. Percebi que aquele provavelmente era o lugar onde as fantasias eram mantidas, e eu definitivamente queria uma fotografia daquela bagunça fedorenta e bizarra. Por mais que tentasse, qualquer ângulo ou truque que eu tentava, a porta não queria ceder.
Isto é, até eu desistir e começar a me afastar. Foi quando houve um ligeiro som de estalo e a porta se abriu lentamente.

  No interior, o quarto estava completamente escuro. Breu total. Eu usei o flash da câmera para procurar por algum interruptor de luz na parede, mas não havia nada.

 
  Enquanto fazia minha pesquisa, fui jogado para fora do meu sentimento de emoção por um zumbido alto elétrico. Fileiras de luzes em cima de mim repente começaram a se acender.

 

 Demorou um segundo para os meus olhos se ajustarem, e parecia que a luz ia ficando cada vez mais brilhante até que todas as lâmpadas explodissem... Mas assim que eu pensei que iria chegar a essa fase crítica, as luzes diminuíram um pouco e se estabilizaram.
 
  O quarto era exatamente como eu havia imaginado: Vários uniformes da Disney pendurados nas paredes. Pareciam cadáveres desenhos animados pendurados por forcas invisíveis.
Havia uma prateleira inteira de tangas e roupas "nativas" em cabides.
 
  O que eu achei estranho, e o que eu queria fotografar imediatamente, era uma fantasia de Mickey Mouse no centro da sala. Ao contrário das outras roupas, esta estava deitada de costas no centro do quarto como uma vítima de assassinato. O pelo sobre o traje estava podre e caindo aos poucos, e ele tinha alguns remendos.

 
  O que era ainda mais estranho, porém, era a cor do traje. Era como se fosse uma fotografia negativa do Mickey Mouse. Preto onde deveria ser branco, e branco onde devia ser preto. Seu macacão que normalmente seria vermelho, era azul claro.

 
  A visão foi desanimadora o suficiente para que eu realmente adiasse fotografar a coisa até o último instante.

 
  Tirei uma foto dos trajes pendurados nas paredes. Ângulos de cima, de baixo, fotos de lado para mostrar todas as fantasias, os rostos dos desenhos animados pútridos, alguns com olhos de plástico faltando.

 
  Então eu decidi encenar uma foto. Precisava apenas de um dos personagens enlameados no chão sujo.


  Peguei a cabeça de um traje do Pato Donald e cuidadosamente o removi para que a coisa toda não desmoronasse em minhas mãos.
  Enquanto olhava para o rosto de olhos arregalados, para aquela cabeça mofada, um barulho muito alto me fez pular de susto.
 
  Olhei para os meus pés, e entre os meus sapatos tinha um crânio humano. Ele havia caído de fora da cabeça do Donald, e se quebrou em pedaços aos meus pés; apenas o rosto vazio e o maxilar inferior permaneceram, olhando para mim.


  Larguei a cabeça do Donald imediatamente, como seria de esperar, e corri para a porta. Quando cheguei na porta, olhei de volta para crânio no chão.

 
  Eu tinha que tirar uma foto daquilo, sabe? Eu TINHA.

 
  Precisava de uma prova do que havia acontecido ali, especialmente se a Disney tentasse de alguma forma acobertar isso. Eu não tinha nenhuma dúvida em minha mente, desde o início, que mesmo se fosse apenas negligência grosseira, a Disney era responsável por isso.

 
  Foi então que o Mickey Mouse, no meio da sala, começou a se levantar.

  Primeiro ele se sentou, e em seguida, se apoiou sobre os pés. O traje do Mickey... Ou quem quer que estivesse dentro dele, ali no centro da sala, com seu rosto falso apenas se virando lentamente para mim, enquanto eu murmurava "Não..." de novo, e de novo, e de novo...

 
 Com as mãos trêmulas, o coração batendo violentamente, e pernas que mais uma vez se transformaram em geleia, eu consegui levantar a câmera e apontá-la para a criatura que agora me avaliava calmamente. A tela da câmera digital exibia apenas pixels espalhados na forma daquela coisa. Era uma silhueta perfeita do traje Mickey. À medida que a câmera se movia em minhas mãos trêmulas, os pixels se espalhavam por onde o Mickey se movia.

  Em seguida, a câmera parou. Ficou em branco, silenciosa e... Quebrou.

  Ergui os olhos mais uma vez para o traje do Mickey Mouse.

 
  "ei", ele disse em um tom abafado, mas perfeitamente executando a voz de rato, pervertidamente. "Quer ver minha cabeça sair?".

 
  Ele começou a puxar a sua própria cabeça, movendo seus dedos das luvas desajeitadamente em torno de seu pescoço. Seus movimentos eram impacientes, semelhante a um homem ferido tentando se livrar das garras de um predador.

 
  Enquanto ele colocava seus dedos em volta do pescoço... Muito sangue
... Amarelo... Grosso, espesso, nojento.
 
  Eu me virei quando ouvi um barulho horrível de carne e pano se rasgando. Só me preocupava em fugir. Acima da porta do lado de fora desta sala, eu vi a mensagem final cravada numa placa de metal por unhas ou ossos:


  "ABANDONADO POR DEUS".

 
  Eu nunca tirei aquelas fotos da câmera. Eu nunca escrevi sobre isso em lugar algum, até agora. Depois que fugi daquele lugar, para o bem da minha sanidade mental, se não a minha própria vida, eu entendi por que a Disney não queria que ninguém soubesse sobre aquele lugar.


  Eles não queriam que ninguém como eu entrasse lá.

 
  E eles definitivamente não queriam que nada parecido com aquilo saísse de lá.





 Creepypasta retirada do site Wiki Creepypasta Brasil 










terça-feira, 4 de novembro de 2014

Creepypasta: La nuit (a noite)

   Na França, um jovem músico de ambientes com o nome de Charles empreendeu um projeto novo e interessante. Ele iria gravar o som de si mesmo dormindo, e liberá-lo sob o nome de "La Nuit" (A Noite). Charles vivia sozinho em uma área rural, o que eliminaria os barulhos como alarmes de carro e trânsito. Ele planejou seu projeto por muitos meses, adquirindo equipamento sensível para captar todos os ruídos externos, bem como o seu próprio durante o sono.
   Finalmente, no dia 27 de setembro, ele decidiu executar seu plano. Ele montou todo o seu equipamento, e adormeceu à meia-noite.
 
   No dia seguinte, Charles avaliou a gravação. Durante a primeira hora, a gravação captou seus próprios espirros e barulhos, bem como alguns latidos de cães distantes e alarmes de carros (tanto para o seu plano de se distanciar de carros). Estes continuaram durante toda a segunda hora, bem como, até que Charles ouviu algo que o horrorizou.


  Em exatamente 3 horas e 24 minutos a gravação captou o som da porta do quarto se abrindo.




Creepypasta retirada do site Wiki Creepypasta Brasil .

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Creepypasta: o monstro na janela

   

  Finalmente eu estava em casa, depois de trabalhar até tarde da noite no projeto que meu patrão havia posto sob minha responsabilidade. Mas valeu a pena. Apesar do trabalho, eu teria um ótimo dia pela frente no dia seguinte. A melhor parte era ver meu filho. Após uma árdua batalha judicial contra minha ex-esposa, eu consegui a guarda do meu filho. Reformei meu antigo quarto de hóspedes para ele, embora tenha ficado meio sem graça com tudo branco. Mas como teríamos muito tempo livre, achei que poderíamos fazer quaisquer mudanças que ele quisesse. 

    Ao chegar em casa, subi as escadas. Meu filho me ouviu e imediatamente me chamou em seu quarto. 

   "Papai, não consigo dormir. Tem um monstro na janela." Disse ele.

    Monstros. Típico de crianças.

   "Não tem monstro nenhum, filho. É só um galho de uma árvore balançando com o vento, viu?" eu apontei e lhe mostrei o galho batendo no vidro da janela. Ele confiou em mim o bastante para se acalmar, e lhe dei um beijo de boa noite. "Hora de dormir." disse a ele.

   A essa altura, mal conseguia manter meus olhos abertos. Entrei no quarto e caí na cama como uma pedra. Estava com muita coisa na cabeça para ficar me preocupando com os monstros imaginários de meu filho. Tinha de matriculá-lo na escola de nosso bairro, comprar seu uniforme, materiais, etc. O sono estava me dominando, quando meu filho me chamou de novo. Cara, eu amo meu filho, mais do que tudo, mas precisava muito dormir. Mesmo assim, fui até seu quarto.

   "Papai, o monstro voltou." Disse ele. Olhei para a janela. Não havia nada além dos galhos da árvore. Fui até a janela e mostrei isso a ele. A abri e me virei para ele. "Viu, filho? não tem nada além do galho da árvore. Agora vá dormir. O papai tem que acordar cedo amanhã." Disse eu. Ele ainda estava assustado, mas o que eu podia fazer? estava cansado demais. 

    Caí de novo no conforto de minha cama. Então, meu filho gritou. "Tá certo! eu vou dormir na cama com você. Se vir algum monstro, apenas segure em mim." Disse eu. Entrei em seu quarto e me deitei ao seu lado, me cobrindo com seu cobertor vermelho.

    No entanto, quando me deitei, uma dúvida me veio à mente: eu não tinha comprado roupas de cama brancas...?

   Olhei para meu filho e gritei. Seu pescoço havia sido aberto de lado a lado e o sangue encharcava o cobertor de vermelho.
   
  Foi então que ouvi os barulhos na janela e percebi meu erro. Agora, só me restava chorar.
    
  Lembrei-me que não havia nenhuma árvore no meu jardim.


  Creepypasta retirada do canal The Fator Medo .

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Creepypasta: A árvore de sapatos

 "Já chegamos?"

   As palavras que todo pai espera ouvir. Invariavelmente, a cada intervalo de dez minutos, minha filha de oito anos de idade desgrudava o rosto da janela e fazia a mesma pergunta. E, pacientemente, eu respondia: "Quase, querida." Nós estava dirigindo por quase duas horas (o que deve lhe dar uma ideia de quanto eu tinha que aturar) para deixar Cynthia na casa de sua mãe. Lisa e eu estávamos divorciados há cerca de três anos e, obstinadamente, ela pedia para ver Cynthia durante todo o mês de dezembro. Lisa não ganharia nenhum concurso de mãe do ano mas, diabos, eu também não sou nenhum anjo. Tenho trinta e sete anos, fumo e tenho uma propensão desagradável de xingar como um marinheiro. Mas, caramba, eu amo Cynthia e ainda me mata cada vez que eu preciso deixá-la em sua mãe no temido mês de dezembro.

   Desnecessário dizer, eu não estava com pressa alguma para chegar na casa de Lisa e, por isso, este ano decidi tomar uma antiga rota por áreas afastadas. Achei que seria uma boa oportunidade de mostrar para Cynthia a beleza da natureza enquanto ganhava um pouco mais de tempo com ela, antes de deixá-la por quatro semanas e meia. Ela estava tão absorta com a paisagem que só perguntava seu periódico "Papai, o que é isso?" ou "já chegamos?" e, em seguida, grudava seu pequeno rosto redondo na janela. E eu respondia a cada pergunta "É um antigo silo de grãos, querida", ou "Quase, querida."

   Depois de um tempo, liguei o rádio para ouvir um ruído de fundo tranquilo e comecei a cair em um silencioso transe meditativo, resultado de tanto tempo dirigindo. No entanto, minha calma logo foi perturbada por um grito de Cynthia. Pisei nos freios instintivamente, fazendo o carro dar uma parada brusca e olhei para Cynthia. "O que foi? Cynthia, o que há de errado?" eu perguntei em pânico. Minha mente passou por tudo que poderia estar errado: um ataque cardíaco, um edema pulmonar, insuficiência renal (pensamentos estranhos, já que Cynthia estava perfeitamente saudável)... Mas, Cynthia só olhava pela janela, paralisada pelo o que quer que seja que estava lá fora.

   Quando olhei por cima de sua pequena cabeça, entendi o que havia provocado o grito estridente.


    Era um vidoeiro branco enorme no meio de um campo nevado. Bem, além do tamanho  excepcionalmente grande da árvore (bétulas não costumam crescer muito mais do que trinta centímetros de diâmetro e este tinha, no mínimo, um metro e meio), outra coisa que me chamou a atenção foram as folhas da árvore. Já havíamos percorrido uma boa distância no campo (cerca de trinta metros) e eu ainda estava olhando por trás da cabeça de Cynthia (que estava firmemente colada à janela neste ponto), mas eu mal podia distinguir o formato das folhas. Não consegui entender no início, mas depois de olhar cuidadosamente, percebi que as folhas da árvore não eram folhas no final das contas... elas eram ... sapatos. Centenas deles. Suspensos nos ramos pelos cadarços, de todas as formas e tamanhos imagináveis​​. Eu lentamente abri a porta e sai para olhar mais de perto. O tamanho da árvore era impressionante e a distribuição de seus ramos era inacreditável. Arredondando para cima, imagino que haviam cerca de seis ou sete mil pares de sapatos suspensos, alguns até mesmo nos ramos menores. Comecei a caminhar em círculos na frente do carro, incapaz de tirar os olhos do espetáculo bizarro diante de mim. Então, sem aviso, eu ouvi a outra porta abrindo e Cynthia saiu correndo em direção à árvore com um sorriso infantil.

  Além do fato de que este era um campo no meio do nada, também era o auge do inverno. Quando Cynthia saiu correndo em direção à árvore vestindo apenas uma calça jeans e uma camiseta, minha primeira reação foi buscar seu casaco (Deus sabe que ela não iria colocá-lo mesmo que estivesse 50 graus negativos). Eu me virei para pegar o casaco dentro carro e quando me virei, com o casaco na mão, gritando para Cynthia vesti-lo ... ela havia sumido.

    Meus olhos procuraram freneticamente na neve por ela, seguindo suas pegadas diretamente para a base da árvore. "Cynthia!" eu chamei. Eu ouvi uma risada de menina em resposta. "Cynthia, não temos tempo para brincar!" Dei um passo em direção à árvore e, conforme a neve era esmagada sob meus pés, ouvi sua risada inconfundível de novo. "Cynthia, venha aqui neste instante!" eu gritei, minha voz se tornando um pouco mais rouca. Para meu imenso alívio ela revelou-se, saindo correndo de trás da árvore de sapatos. Mas havia algo errado com ela, algo que eu não conseguia identificar.

  Ela estava descalça. "Tudo bem, papai, eu estou aqui! Nós temos que ir? A árvore é tão quente e agradável!"

   Agarrei-a pelos ombros, sacudindo seu pequeno corpo, quase tremendo de medo "Cynthia, onde estão seus sapatos?"

   Nervosa, ela respondeu: "O homem bonzinho me disse para tira-los, papai-olha, ele me deu um colar lindo!"

   Meu coração afundou até boca do meu estômago. Com certeza, ali, em volta do pescoço da minha filha, estava um pequeno pingente em forma de coração. Eu apertei minha mandíbula, peguei o pingente e tirei-o.

"Papai? Que há de errado?"

"Cynthia, eu preciso que você volte para o carro e fique lá. Agora".

"Mas papai, meu sapa..."

"AGORA, Cynthia. Entre no carro e tranque as portas. Não abra para ninguém até que eu diga, ok?"

"Tudo bem ... se você diz ..."

   Cynthia saiu andando irritada em direção ao carro e lançando olhares para mim por cima do ombro. Eu observava cada passo que dava, até que ela finalmente entrou e trancou as portas. Então eu me preparei para enfrentar esse "homem bonzinho". Seja lá qual for idiota doente que criou esta pequena atração, eu não estava disposto a deixá-lo sair por aí atraindo crianças pequenas com bugigangas baratas apenas para que ele pudesse se divertir. Segui as pegadas de Cynthia direto para a árvore até que ela apareceu diante de mim, maior que a vida. Foi então que eu notei algo sobre os sapatos: eram todos pequenos. Nem um único par maior que o tamanho que uma criança calçaria. Estremeci e me apoiei no tronco da árvore.


   Para minha surpresa, era quente ao toque. Eu arranquei um pouco da casca para descobrir o que poderia estar causando esse fenômeno e fiquei surpreso ao ver o que pareciam iniciais esculpidas. Bem, isso não teria sido terrivelmente incomum se não fosse o fato de que junto a essas iniciais, existiam outras. E ao lado destas, ainda mais. Conforme eu arrancava cada vez mais a fina casca de cera, descobria dezenas de iniciais esculpidas, em seguida, centenas. Dei um passo para trás. Comecei a ter uma sensação desagradável na boca do estômago, aquela torção dolorosa que se forma quando você sabe que algo está errado. Eu olhei de novo para os sapatos, e a torção piorou. Vi os tênis de Cynthia pendurados ali, como pequenos cadáveres, oscilando lentamente por suas entranhas entrelaçadas.

    muito assustado nesta hora, me virei e corri de volta para o carro com minha respiração formando nuvens pesadas no ar frio e cortante. Peguei a chave, abri a porta do lado do motorista, entrei e tranquei-a atrás de mim. Virei-me para Cynthia e perguntei: "Você está bem querida? Alguém te machucou ou te tocou?"

"Não, papai, eu estou bem! O Sr. Sorrisos é engraçado, ele me faz rir. Ele tem uma cara engraçada!"


   Aquele nó no estômago torceu e espremeu, enviando tentáculos gélidos de medo em direção ao meu coração. "Quem é o Sr. Sorrisos, Cynthia?"

    Cynthia ficou sem palavras quando seus olhos deslizaram para o banco traseiro. Meu coração congelou enquanto eu lentamente virei meu olhar para acompanhar os dela. Ele descansava casualmente lá atrás...Tinha uma aparência vagamente humana. Garras ósseas unidas ordenadamente saíam debaixo da carne podre de seus dedos. Sua "cara engraçada" era uma massa de pele em decomposição esticada sobre seu crânio branco descorado. Os cantos de sua boca estavam descarnados, deixando apenas uma careta macabra gravadas sob suas órbitas sem olhos. O sorriso grotesco arregalou-se e ele alcançou uma jarra ao seu lado, pegando um pequeno pedaço de doce entre seus dedos decrépitos.


 "Gostaria de um doce?"

    Eu olhei, congelado em terror, quando a mão de Cynthia se esticou e pegou o doce de suas garras e começou a desembrulha-lo. O olhar sem olhos da criatura parecia mudar para encarar meu próprio olhar horrorizado, o seu sorriso nojento se alargou levemente. Tentei gritar, mas, curiosamente, descobri que eu não podia. Engraçado, eu ainda não tinha notado sua outra mão subindo no meu pescoço. Um frio rastejante percorreu minhas veias conforme suas garras geladas apertavam minha garganta. Sangue quente escorreu do meu peito enquanto dava meus últimos suspiros ofegantes pelo buraco recém-rasgado em meu pescoço. Cynthia olhou para mim com curiosidade, mastigando inocentemente naquele pedaço de doce. Sua voz ecoou a minha volta enquanto eu descia em uma espiral de escuridão.

"Papai? Que há de errado? Papai...? Papai ..."


 Creepypasta retirada dos blogs sintonia alcalina e Predomínio do Terror.